APLICAÇÕES DA INFORMATIZAÇÃO

Carolina Santos Oliveira e Gabriela Abreu

O computador vem sendo um instrumento de grande valia na dinamização de processos em tantos campos. Dentre esses, podemos destacar a educação, o ramo industrial e/ou empresarial, que vêm buscando uma proximidade cada vez maior com o computador e que por isso serão os objetos de maior estudo deste trabalho.

A escola é um lugar excelente para os primeiros contatos com o computador. As pessoas que aprendem a usar a tecnologia computacional na escola certamente terão menos dificuldades do que as que entram em contato com ela somente no mercado de trabalho. Além disso, poderão se preparar melhor para as exigências cada vez maiores nessa área.

Há duas categorias de programas que podem ser utilizados nas atividades escolares, os aplicativos de uso geral utilizados como auxiliares no ensino e os programas desenvolvidos com finalidades didáticas.

Aplicativos de uso geral

Entre os aplicativos de uso geral podemos destacar:

O processador de texto que tem utilidade direta nas tarefas escolares. Possibilita que os alunos apresentem melhor seus trabalhos e agiliza a produção, permitindo que sobre mais tempo para o estudo dos conteúdos. É igualmente útil aos professores, pois facilita a criação de testes e exercícios. Além disso, a produção guardada em arquivos pode ser aperfeiçoada e reutilizada depois;

O programa de desenho, de ilustração e de tratamento de imagens que são usados para gerar ilustrações ou para o trabalho com gráficos, práticas muito utilizadas para o estudo.

O banco de dados que é muito útil nas áreas que reúnem grande quantidade de informações. Um aluno interessado pode usá-lo para copilar informações sobre um determinado assunto e apresentar um trabalho em forma de relatório. Também ajuda o professor a organizar seu material didático. Grandes quantidades de informações podem ser recuperadas facilmente, sempre que for preciso orientar o trabalho de um estudante ou responder a perguntas de última hora.

Os programas de apresentação que são flexíveis o suficiente para serem usados de várias formas, enriquecendo as aulas com seus recursos multimídia. Se a escola não dispõe de hardware específico para a projeção da tela do computador, eles permitem a impressão de transparências para retroprojetores ou slides para projetores comuns. Vêm com diversos fundos(prontos para serem usados em telas) e fontes (tipos de letras).Podem incluir ainda som ,animação trechos de vídeos.

A popularização da multimídia tem estimulado o lançamento de grande quantidades de títulos em CD-ROM. Há opções para todos os níveis escolares, voltados para atender a itens específicos dos currículos. A utilização desses materiais na escola requer um critério cuidadoso por parte dos professores pais e alunos. Tanto as obras desenvolvidas no Brasil quanto as de origem estrangeiras têm qualidade bastante variável. No caso da produção importada, os cuidados devem ser redobrados. Além de avaliar sua qualidade, é preciso se os conteúdos são adequados aos currículos brasileiros. Por isso, essas obras têm sido usadas, principalmente, como referência e fonte de consulta.

Existe uma grande quantidade de títulos educativos em CD-ROM e muitos sites educativos e culturais na Web. Mas uma instituição de ensino tem grandes vantagens em criar os seus próprios materiais didáticos, como:

Implementar um projeto de ensino específico. Da mesma forma que muitas escolas hoje publicam seus livros e apostilas, é possível criar títulos em CD-ROM e sites na Web com propostas didáticas concebidas na própria escola.

Ensino a distância .A multimídia e a Web trazem novos e eficientes recursos para a educação a distância .Uma instituição pública usará esses recursos para atingir um número maior de alunos, inclusive fazendo exames via Internet. Para instituições privadas, a venda de cursos em multimídia, seja em CD-ROM, seja na Internet, pode representar também novas formas de receita.

Reforçar o ensino em sala de aula .As tarefas podem ser muito enriquecidas com o auxilio do computador.

- Marketing. Hoje, as instituições escolares que produzem seus próprios materiais informatizados são valorizadas por pais e alunos.

A Web apresenta vantagens como ser atualizada mais dinamicamente, poder facilmente conter links para outros sites, ter alcance mundial, sem custos de distribuição física. Em contra partida há limitações de largura de banda que tornam o acesso mais lento e às vezes, o usuário precisa baixar da Internet plug-ins ou programas auxiliares. Já o CD-ROM é mais rápido na exibição de vídeos e animações, contém grande quantidade de informações prontamente acessíveis, e gera receita com mais facilidade para cobrir os próprios custos. Mas é menos ágil para correções e atualizações, e seu alcance é mais limitado pela distribuição física.

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A Internet, especialmente a Web, é um recurso precioso para educação, pois coloca à disposição de estudantes e professores uma quantidade imensa de informações. Através da Internet é possível, por exemplo, "visitar" museus, universidades, e bibliotecas do mundo inteiro, selecionando o que há de melhor em todas as áreas da cultura.

Professores e alunos podem se manter atualizados e trocar experiências, via newsgroups, por exemplo, com colegas de todo mundo. Muitas instituições mantêm sites com conteúdos voltados especificamente para uso educacional. Há também uma grande quantidade de imagens disponíveis na Internet. Depois que um arquivo é baixado para um computador local ,seu conteúdo pode ser usado em multimídia computadorizada ou impresso em papel.

O idioma predominante na maioria dos sites é o inglês. Isso traz algumas dificuldades nas consultas, mas também é um estímulo para o aprendizado da língua.

Embora a informatização de uma escola envolva inúmeros aspectos técnicos,o foco principal é o ensino e deve-se garantir a integração entre os profissionais da área técnica e os da área pedagógica. Para isso são usadas algumas estratégias para implementação, como:

Os laboratórios de informática precisam ter equipamentos em número compatível com sua utilização prevista. Os computadores devem ser interligados, formando uma rede local ,de preferência com software que permita ao professor acompanhar, a partir de seu computador, as atividades desenvolvidas em qualquer computador do laboratório. O software utilizado nas estações, cada um dos computadores interligados em uma rede, deve estar previamente instalado em um servidor central. Mas cada computador precisa dispor também de driver de disquete, CD-ROM e disco rígido local que poderão ser utilizados pelos alunos quando for necessário. É importante que haja um estrito controle de vírus de computador, com o emprego de um programa antivírus adequado e atualizado com freqüência.

A rede, que é recomendável a instalação de um computador em cada sala de aula interligado a uma rede local, que pode abranger toda escola. Durante uma aula, o professor poderá utilizar o equipamento para apresentar conteúdos multimídia, que tanto podem estar no computador local ou disponíveis no servidor da rede. Os professores também podem usar esse computador para enviar notas e outros dados dos alunos para um servidor central. É preciso ter na sala de aula o equipamento necessário para projetar a tela do computador, para que possa ser vista por todos os alunos. Software de videoconferência pode ser utilizado para debates entre alunos de diferentes salas. Esse recurso também pode ser usado como uma rede interna de televisão, quando for necessário falar com os alunos de uma determinada sala ou com todos os alunos da escola simultaneamente.

A equipe de suporte .Os computadores e programas ainda são sujeitos a falhas de diversas naturezas e, por isso, é importante ter um ou mais profissionais da área técnica permanentemente na escola. Em instalações pequenas, um único profissional de suporte pode dar conta dos problemas de software, hardware e rede e funcionar como consultor para os professores. Em instalações maiores pode haver a necessidade de um profissional para cada uma dessas funções ou de equipes técnicas ainda maiores.

Alguns títulos são voltados especificamente para uma determinada faixa etária .Nesse caso, as considerações sobre o conteúdo devem levar em conta o perfil do público-alvo. Existe uma polêmica sobre a partir de que idade é aconselhável o uso do computador na educação de crianças. O melhor critério é o bom senso: o educador deve ter a sensibilidade para detectar a fase certa.

As revistas infantis ,por seu caráter periódico, podem representar um recurso adicional. Cada edição deve ser avaliada pelo educador antes de ser utilizada com os alunos. Normalmente apenas algumas partes do conteúdo geral terão utilidade do ponto de vista educativo, embora seja um bom produto para recreação. Mas é importante estar preparado para, na medida do possível, acolher títulos sugeridos pelas próprias crianças.

A medida que limitações técnicas, como largura de banda forem superadas a Internet será ainda mais útil à escola. Videoconferências via rede, por exemplo, permitirão aulas remotas, nas quais os alunos poderão fazer perguntas e obter respostas imediatamente. No ensino universitário, será possível, entre outras coisas, que um grande especialista de Nova York dê palestras no mesmo dia para os alunos residentes em Tóquio e em São Paulo. No Brasil, o uso educacional da Web tem importância vital. Materiais preparados por diferentes instituições e divulgados via rede ajudarão os jovens a escolher, nacional ou mesmo mundialmente, qual a escola mais adequada para suas opções profissionais. E o estudante nem precisa mudar de cidade ,assim como já existem escritórios remotos. O termo "freqüentar" uma escola poderá ter um significado totalmente novo. A grande capacidade de armazenamento dos CD-ROMs e de outros meios atualmente em desenvolvimento permitirá que um estudante reuna em uma única prateleira quantidades de informações equivalentes à toda uma biblioteca. Esse futuro aproxima-se rapidamente, precisamos nos preparar para ele de melhor forma possível.

Já é um lugar-comum associar as palavras informática e revolução. Recentemente, porém, os escritórios de empresas no mundo inteiro passaram, ou ainda estão passando, por mais um processo de mudança radical: a integração total entre todos os computadores e software. A informatização dos escritórios ocorreu de forma muito rápida e, na maioria dos casos sem muito planejamento. A difusão dos computadores pelas empresas levou os fabricantes de software a lançar diferentes produtos para ajudar nas múltiplas tarefas dos escritórios. Com o tempo, formou-se uma verdadeira Torre de Babel informática como as empresas adotavam software diferentes, era difícil a circulação de arquivos de uma para outra. Pior ainda .Algumas empresas tinham incompatibilidade de software entre seus diferentes setores.

Partindo da constatação de que reinava uma grande confusão nos escritórios e dos transtornos provocados pela incompatibilidade entre programas, alguns fabricantes, como a Microsoft e a Lotus, resolveram criar os pacotes de software integrados. Atualmente ,os pacotes de programas mais divulgados são o Office ,da Microsoft; o SmartSuite, da Lotus; e o WordPerfectSuit, da Corel. Eles praticamente dominam o mercado. Todos os pacotes trazem um processador de textos, uma planilha eletrônica, um programa de apresentações, uma agenda e um programa simples para fotos e figuras e mais alguns atrativos extras que os diferenciam entre si. A vantagem desses pacotes é a integração. A compatibilidade entre os programas permite que um trabalho em um escritório possa ser feito em vários computadores e finalizado em um único. Por exemplo um texto redigido por um técnico pode ser lido e re-escrito por um gerente em seu computador .A partir daí, outra pessoa poderia fazer uma planilha baseada nos dados do texto e ,por fim, uma apresentação poderia ser gerada usando todos os elementos anteriores. Tudo sem precisar de nenhum tipo de conversão de arquivos. Para que diferentes pessoas possam trabalhar em um mesmo documento, os computadores tem que estar ligados em rede, ou seja, conectados uns aos outros ou com um computador central

Escritório em casa .

Antes mesmo do aparecimento da Internet, muitas pessoas transferiram seus escritórios para suas casas, passando a usar modems e programas de conexões ponto a ponto, como o Procomm Plus, para transmitir dados. Mas esse tipo de ligação exige que os computadores estejam com a mesma configuração, para que conversem entre si. Para evitar os problemas que costumavam surgir, de algum tempo para cá muitas empresas passaram a utilizar o e-mail. O mesmo browser utilizado para navegar na Internet pode servir para enviar o trabalho pronto de casa para a mesa do chefe. Há também programas ,como o PCAnywhere, que permitem que se assuma o controle de um computador que está em outro lugar. A partir de seu equipamento doméstico, usando um modem, o usuário pode conectar-se ao seu computador na empresa. A tela do seu monitor em casa passa a mostrar o que está na tela do micro no escritório. Muitas empresas têm incentivado esse tipo de trabalho, considerando que permite maior concentração do funcionário, propiciando maior racionalização do espaço no escritório.

A automação do processo industrial é uma das grandes áreas de desenvolvimento da indústria da informática. Mas, diferentemente da automação dos escritórios, ainda não existe nenhum software que se adapte inteiramente às necessidades de todas as indústrias. Isso acontece porque o processo de produção industrial, além de ser extremamente complexo ,em geral é muito específico.

Como cada indústria fabrica um produto diferente, o processo de produção utiliza máquinas e equipamentos específicos. É praticamente impossível fabricar programas que permitam tanto engarrafar refrigerantes quanto construir computadores. Por isso, o processo de automação ainda é muito complexo. Normalmente os fabricantes de software têm um programa que pode ser "adaptado" às necessidades específicas dos diferentes clientes. No entanto, em muitos casos, essa adaptação significa praticamente criar um novo software. Claro que essa adaptação custa dinheiro. Empresas chegam a gastar milhões de dólares na automatização de suas linhas de montagem. O engarrafamento informatizado de refrigerantes ,por exemplo, controlado por um computador, não erra a quantidade de líquido dentro de uma garrafa, a quantidade de garrafas em uma embalagem, o número de caixas em cada caminhão de entrega nem os endereços para entrega, não erra em praticamente nada. Existem alguns poucos pacotes de software prontos para alguns tipos de indústrias ,como o da têxtil. Mas ,nesse caso, é preciso que a empresa se adapte ao software, o quer não é uma tarefa fácil.

O processo de automação vem se traduzindo numa série de mudanças no comportamento das empresas. Uma dessas mudanças é a chamada automação das decisões. Ao contrário do que a expressão possa sugerir, a automação das decisões não significa transferir o processo decisório de uma empresa de sua diretoria para um computador, mas usar a informática para agilizar, facilitar, e tornar mais segura a tomada de decisões. A automação das decisões acontece principalmente com o uso de gerenciadores de banco de dados. Esse tipo de software é capaz de armazenar e analisar uma enorme quantidade de dados e ,a partir deles, fornecer gráficos e informações úteis para diferentes decisões dentro das empresas. Aqui realmente não existem pacotes prontos, porque, além de todas as diferenças entre as empresas no que se refere aos processos de produção, elas também são diferentes quanto às suas necessidades. Mesmo duas empresas iguais podem ter demandas diferentes no que se refere às informações. Um supermercado, por exemplo, pode querer informações sobre seus clientes e outra loja da mesma cadeia pode estar preocupada com seus fornecedores. Para esse tipo de atividade, não se fala em software de banco de dados, e sim em linguagem de banco de dados que permitem cruzar os softwares necessários para cada empresa. O Microsoft Visual Basic e o Borland Delphi são exemplos de ambientes de desenvolvimento usados nessa área e o Oracle é um exemplo de servidor de banco de dados.

BIBLIOGRAFIA:

Pequenas Empresas Grandes Negócios nº126

Help! Informática paginas de 62 à 70, 150 à 158,238 à 246

Revista Infoextra